Nos últimos anos, o Brasil tornou-se um país emergente, a população está mudando de patamar, com mais da metade inserida na sociedade de consumo. E um dos preços desse progresso recente é o aumento da ocorrência de eventos com potencial de danos para o ser humano. As razões são muitas, variando desde a concentração urbana, até a ocupação de áreas de risco, passando por uma série de outras ações e omissões capazes de atingir a vida e o patrimônio das pessoas.
Concomitantemente a esse fenômeno de desenvolvimento do País, o setor de seguros cresceu rapidamente, em alguns anos até mais do que a própria economia nacional. O progresso econômico-social chega, mas com ele também aumentam os riscos, ainda mais diante das desigualdades aqui existentes. Hoje em dia, é quase impossível comprar um carro e não assegurá-lo, mesmo que o valor do seguro seja alto para a condição econômica do proprietário do veículo, uma vez que mais vale pagar uma determinada quantia pelo seguro do que assumir o risco e ter um prejuízo maior no futuro. E os riscos não são pequenos, sempre considerando os altos índices de violência na sociedade brasileira.
O mercado de seguros, por sua vez, não se restringe apenas à proteção dos automóveis. Pelo contrário, apresenta uma gama diversificada de bens a serem resguardados, como a vida, a casa e até mesmo instrumentos de trabalho, entre eles as mãos de um pianista, por exemplo. Cada indivíduo deve analisar os eventos que podem vir a acometê-lo no futuro e buscar uma seguradora para que o ônus não seja tão impactante caso o risco venha a se concretizar.
Não há o que fazer, acidentes acontecem. Se não acontecessem, a atividade seguradora seria desnecessária. Sem risco, não há porque ter seguro. Já quando o risco existe, ainda que remoto, uma apólice bem contratada é uma ferramenta indispensável, nem que seja apenas para garantir o sono do responsável.
A maioria dos objetos segurados não sofre sinistro. Não fosse assim, o preço do seguro seria completamente diferente, inviabilizando parte dos produtos colocados no mercado. O que permite o seguro custar relativamente barato é a lei dos grandes números. Quanto maior o número de segurados, em princípio, menor o número proporcional de acidentes a serem indenizados. Vale ressaltar, no entanto, que o perfil do segurado influencia diretamente no preço da apólice, uma vez a própria seguradora também analisa os riscos de ter aquela pessoa e aquele bem como assegurados.
Há, no entanto, um fato curioso acerca dos contratos de seguro: apesar de serem um investimento, quem o contrata espera nunca ter que usá-lo, uma vez que o seu uso indica uma anormalidade, ainda que essa anormalidade fosse previsível e a razão de ser do seguro. Assim, uma pessoa não paga um seguro esperando ter que utilizá-lo, e sim para que tenha um suporte caso seja necessário.
Diante desse contexto, fica clara a importância do seguro para a sociedade, pois a indústria de seguros fornece cobertura de risco contra todos os aspectos da vida moderna, desde perdas relacionadas ao exercício de atividades profissionais, morte e invalidez até perdas referentes a desastres naturais e à propriedade pessoal. Sem ela, muitos negócios não existiriam, empregos seriam perdidos e famílias não teriam proteção nos momentos de adversidade. O seguro permite aos indivíduos transferir seus riscos às seguradoras - transferido e compartilhado entre muitos indivíduos, reduzindo desse modo o custo da perda. A possibilidade que o seguro oferece de proteger e reparar algo em caso de dano decorrente da ocorrência de um evento é de suma importância, também, para que o indivíduo não tenha a sua estabilidade e o patrimônio arruinados pela concretização de um risco, que, como já foi dito, é inerente à vida em sociedade.
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